quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"SÓ ME TEM QUEM ME MERECE"

“SÓ ME TEM QUEM ME MERECE...COISAS DA VIDA” A década de 70 foi um momento de grande fertilidade musical para Rosinha de Valença.Além de inúmeros arranjos para músicas de outros artistas,nossa Rosa inicia uma série de composições suas,sendo que, a grande maioria delas, resultado de uma vivência anterior importante em nossa Valença. A saudade e o amor por sua cidade,muitas vezes, levaram Rosinha às cordas de seu violão ou ao piano de Caetano Veloso,(por um tempo guardado por ela, em sua casa, a pedido do cantor/compositor),onde, durante horas, “inventava” lindas canções e, não menos, lindos arranjos. Desses momentos de “banzo”, nostalgia e arte,nasceram canções como: “Usina de Prata”,”Os Grilos São Astros” e tantas outras, como “Madrinha Lua” que, felizmente, estão, cada dia mais, “na boca do povo”,sobretudo, dos valencianos. Agora mesmo,no final do mês de julho e início do mês de agosto,uma emissora de TV importante inseriu a “Madrinha Lua”,uma das belíssimas composições da violonista, em um especial baseado na obra de Giovanni Bocaccio,“Decameron” ou “Decamerão”, na versão aportuguesada.E foi voz geral de satisfação entre os valencianos, “ligados” nas boas coisas de sua terra,quando descobriram que a canção da compositora faria parte da trilha musical. Como é bom para nós, principalmente, fãs e amigos de Rosinha, vê-la “voltando” para o Brasil e para Valença!! É assim mesmo:vai-se o artista,fica sua obra. No dia 25 de julho,data próxima ao dia de seu nascimento,Rosinha,de fato, foi trazida de volta à nossa Valença.Através do evento “Benzedeiras Guardiãs”,a Secretaria de Cultura e Turismo realizou uma justa homenagem à Rosa e às “benzedeiras” (homens e mulheres de nossa região),através da música que ela compôs em 1992,com Martinho da Vila,música esta que levou o prêmio Sharp da Música Popular Brasileira.Na ocasião, Martinho recebeu também em nome dela,já acamada, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro,o troféu a que fez jus. Em 1982,quando foi homenageada em sua terra, com a inauguração do Teatro que leva seu nome,Rosinha formou um grupo de cantores e amigos valencianos para interpretar o Hino de Nossa Senhora da Glória,lindamente arranjado por ela, em seu escritório de composições. Através de uma releitura da composição de Luiz Seabra e Arnaldo Nunes, ,ela inventou uma forma diferente de homenagear sob esses cerros,vales e montes,a “nossa” Nossa Senhora.O Hino,que até então havia sido cantado e recantado apenas de forma sacra pelos católicos,através da atitude corajosa e da batuta do Maestro da Banda Progresso, Antonio Rocha,ganhou os ouvidos do povo.E foi assim, que,este ano, no dia 15 de agosto,na apresentação da Banda e do Coral XV de Agosto, após a Missa da Festa,o vigor da juventude dos meninos e meninas da Banda e as vozes maduras do Coral,trouxeram à luz a beleza do arranjo que Rosinha nos deixou. De verdade,agora,realmente,”Rosinha voltou para Valença”, disse a professora Regina Magalhães, entusiasmada com o que ouviu na Catedral. De verdade,realmente,”Só me tem quem me merece”,diria Rosinha, em mais uma de suas belas composições, de nome “Coisas da Vida”. De verdade,realmente,digo eu,é preciso que Valença esteja mais presente e atenta a seus artistas,para que os mereça. “Se alguém disser que o samba acabou,diga que se enganou,diga que se enganou”. “Se alguém disser que a Rosa murchou,diga que se enganou,diga que se enganou...”Ao contrário,ela, mais do que nunca, renascerá, sempre, em nossos jardins,de forma mais vigorosa, perfumada,bonita e sonora do que antes foi.Só depende de nós,de todos nós! Jocely Aparecida Macedo da Rocha- Jô -

VALENCIANOS ILUSTRES

VALENCIANOS ILUSTRES Dulcina de Moraes: uma das maiores atrizes do teatro brasileiro e fundadora da Fundação Brasileira de Teatro. Clementina de Jesus: cantora e um dos grandes nomes do samba. Sérgio Chapelin: um dos mais importantes jornalistas da Rede Globo. Edney Silvestre: jornalista e escritor brasileiro conhecido por ser correspondente internacional da Rede Globo de Televisão. Rosinha de Valença: uma importante violonista e compositora da MPB. Solange Paiva Vieira: economista brasileira e ex-diretora-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Michael Jackson: (Mariléia dos Santos), ex-jogadora da Seleção Brasileira de Futebol Feminino. Agnelo França: compositor, pianista, regente e professor de Villa-Lobos, Radamés Gnattali e outros dos mais importantes músicos brasileiros de todos os tempos. Zair Cançado: radialista brasileiro que ajudou na fundação da Rádio Nacional de Brasília e da TV Nacional e membro do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Imprensa Benevenuto dos Santos Neto: prefeito do município de Volta Redonda nos anos de 1982 e 1986. Elmano Cardim: jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras(ABL). Álvaro Rocha: interventor do Rio de Janeiro no ano de 1947. Azevedo Pimentel: importante jornalista e higienista brasileiro. Raul Fernandes: governador do Rio de Janeiro nos anos de 1922 e 1923 e Ministro das Relações Exteriores dos governos Dutra e Café Filho. Leoni Iório: historiador, poeta, jornalista, farmacêutico e professor. Autor do livro "Valença de Ontem e de Hoje" - 1953 Geraldo Jannuzzi :criou o primeiro programa de alfabetização a distância pela rádio AM no Brasil . Elisa Marina do Nascimento Machado – 1952 -1995 Socióloga,técnica em Educação à Distância,implantou inúmeros projetos de sua autoria no extinto MOBRAL onde foi Coordenadora Nacional,poetisa, compositora,parceira de Rosinha de Valença,autora do livro “Continuidade”. Antonio Rocha – 1981 - Flautista,Professor de Música no Rio de Janeiro na “Escola Portátil de Música”,ex-integrante da “Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem”,Maestro da “Sociedade Musical Progresso de Valença”,Compositor e o mais novo integrante do Grupo de Choro Brasileiro “ÉPOCA DE OURO” fundado por Jacob do Bandolim na década de 60,com o qual já representou Valença em vários Estados Brasileiros e em Tóquio,no Japão.
“TEMPLÁRIOS OU AGNÓSTICOS...... SÓ A MÚSICA NOS SALVA...” “Reencontrar, importa”, repetia um de nossos amigos.... A noite já corria alta, quando nos reencontramos.Na verdade, já estávamos assim meio que “p’ra lá de Marrakech” (da música de Caetano),o que tornou, a sempre genuína e forte emoção do encontro,bem mais sensível a todos os toques e palavras. Apesar de inacreditável,foi uma noite sem violão.Simplesmente, “a porta do barraco era sem trinco” e as questões “furando nosso zinco”,salpicaram de questões o nosso “chão”...E tudo fluiu,meio assim,de um jeito metafísico.Dessas noites especiais em que o Universo conspira. Noites de “quem sou eu”,noites de “templários” e “agnósticos”,noites das espiritualidades e concretudes da vida. Que coisa boa é a noite!!!E eu que estou menos p’ra templária e mais p’ra agnóstica,muitas vezes, sou confundida por essas conspirações do Universo, que transformam noites em noites especiais.As transcendências e as concretudes que,às vezes, surgem, juntas, em uma só noitada,surpreendem,assustam e ensinam.Eu que,até hoje,não deixei de viver nada nessa vida por temor do dia seguinte,sei que viver “templários e agnósticos”, em uma só madrugada de quinta-feira,bagunça com todos os nossos arraigados conceitos e pré-conceitos.Sei que corro riscos e isso é muito bom – pago o preço. Na verdade,a História,a Antropologia,a Ciência e a Religião e seus antagonismos e incongruências,sempre terminam nos devolvendo, a nós mesmos,ao humano que somos e à pequenes desse humano que somos.E isso resulta.Por isso,realmente, “reencontrar, importa”!Mas,aí vem a música e nos salva,nos lança a corda,a bóia,nos tira do abismo,nos alivia do peso implacável do imponderável,do fim e da morte que, “aparentemente”, traz o fim... Por tudo isso um final de noite tem que ter música - trégua para as angústias existenciais,conforto para os que não se encaixam, necessariamente, nas discussões metafísicas, mas que correm o perigo das “esquinas”,da convivência diária com a vida e com a morte.E,por tudo isso,talvez,a inacreditável noite sem violão (coisa rara entre nós),tenha cedido espaços às canções “à capela”,dando um tempo para as questões que “furaram nosso zinco” e atingiram, em cheio, nossos corações notívagos e etílicos. Penso nesta noite de dezesseis de maio de dois mil e um,há exatamente dez anos atrás,e sei,que,afinal das contas,enquanto muitos dormem,alguns sempre precisarão ficar acordados e com olhos abertos pela música,sejam templários,agnósticos ou simplesmente notívagos,para que se possa manter o “equilíbrio” do Planeta, contemplando as horas,reencontrando amigos,perseguindo a felicidade...E estes somos nós,filhos da música e da noite,companheiros eternos da madrugada,nós,que, de alguma forma ou de outra,também nascemos como Raul Seixas,”há dez mil anos atrás”...

MAIAKOVSKY

Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada. - Maiakovski, poeta Russo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

GRUPO DE SAMBA DE RAIZ " PELO TELEPHONE "

O Grupo de Samba de Raiz de Valença/RJ "PELO TELEPHONE",foi criado no ano de 2009.É uma homenagem ao primeiro samba gravado no Brasil em 1916,de autoria de Donga e Mauro de Almeida.
É formado pelos seguintes músicos:

- Bebeto Cavaquinho (vocais e cavaquinho)

- Paulinho Lima (violão e voz)

- Maguila (surdo marcação)

- Raul Brinquinho (voz e percussão - pandeiro e tamborica)

- Jô (voz,banjo e percussão - tamborim,agogô e tamborica)

- Maestro Antonio Rocha (flauta)

A filosofia do Grupo é executar Sambas de Raiz homenageando os grandes compositores do gênero que são citados a cada música, durante todas as apresentações do Grupo.















APRESENTAÇÕES DO GRUPO:

- CARNAVAIS DE 2009,2010 e 2011

- RESTAURANTE BAT E PAPO (3 apresentações)
- PESQUEIRO DO VITINHO (2 apresentações)
- AABB/VALENÇA
- RESTAURANTE TENDA DOS SABORES

HISTÓRIA DO PRIMEIRO SAMBA GRAVADO NO BRASIL: "PELO TELEPHONE"

A música 'Pelo Telefone' entra para o RankBrasil pelo recorde de Primeiro samba gravado no país, segundo registros da Biblioteca Nacional.

A canção foi criada no Rio de Janeiro - RJ, no ano de 1916, pela dupla Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga e Mauro de Almeida.

'Pelo Telefone' marcou a saída do maxixe para o samba e o início das canções carnavalescas. A partir da popularização do festejo, o samba começou a se fixar como gênero musical.

A composição não ganhou notoriedade apenas por ser o primeiro samba do país. Pelas controvérsias sobre esta afirmação, tornou-se também uma das composições mais polêmicas do Brasil.

Praticamente tudo o que é relacionado ao samba é motivo de discussão: a autoria, ser o primeiro samba gravado, a letra. Tudo isto contribuiu para adicionar um certo charme à canção.

A estrutura da música é simples e fora de ordem. A introdução instrumental é repetida entre algumas de suas partes e cada uma delas tem melodias e refrões diferentes, parecendo que a composição foi feita em partes, juntando melodias escolhidas ao acaso ou retiradas de cantos folclóricos.

A canção surgiu em uma roda de samba, da famosa Casa da Tia Ciata, frequentada por muitos músicos da época, entre eles, Donga, Mauro Almeida, João Baiana, Caninha, Sinhô e Pixinguinha. Por este motivo, muitos re

ivindicaram a autoria da composição.

Sua gravação original foi uma versão instrumental na Odeon, Casa Edison, no ano de 1916, pela Banda Odeon. Depois recebeu uma versão de baiano e coro, pela mesma gravadora.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ROSINHA DE VALENÇA - 70 ANOS


 Em 30 de julho de 2011,Rosinha  completaria 70 anos,se ainda estivesse entre nós.
                          O texto que se segue,do jornalista Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), foi escrito em 14 de novembro de 1964.Sérgio Porto narra o momento exato,em 1963, em que batizou " MARIA ROSA CANELLAS" como "ROSINHA DE VALENÇA", criando a famosa frase:"ELA TOCA POR UMA CIDADE INTEIRA".

 TEXTO  DE  STANISLAW  PONTE   PRETA:
                                                        (Jornal  Última  Hora/Revista  14/11/1964)

                                Eu estava em casa,ouvindo meu Chopinzinho,quando um amigo telefonou,explicando que chegara uma mocinha de Marques de Valença,no Estado do Rio.Vinha recomendada a ele e-diziam-sabia tocar violão muito bem.
-         E daí? – perguntei.
-         Daí eu queria que você fosse com ela no “Au Bom Gourmet” e pedisse que ela tocasse um pouquinho.
O pedido era razoável em relação ao local.O “Au Bom Gourmet”,na época,era o “night club” onde se apresentavam os “cobras” do samba moderno.Se Rosinha fosse aprovada pela platéia e pelos artistas da casa,é porque era boa boa mesmo.
-         Escuta velhinho – eu fui dizendo – Mas se a menina for só de arranhar viola,com que cara eu fico?
-         Não – esclareceu o amigo: - O Menescal já ouviu ela tocando um pouquinho e achou que é excelente.
                                Bem,se o Menescal ouviu um pouquinho e gostou bastante,talvez a moça fosse mesmo boa  de violão.
                                 Naquela noite fui apresentado à moça magrinha e tímida e rumei com ela para “Au Bom Gourmet”.Quando a sala já estava cheia de gente,pedi ao Flávio Ramos que anunciasse a moça.O Flávio era o dono da casa e adorava essas fofocas.Rosinha foi anunciada,subiu no tablado,sentou no banquinho e começou a mandar brasa.Primeiro uma brasinha modesta que depois foi aumentando,pegou fogo e incendiou o ambiente.
                                    O público sofisticado da boate começou a calar a boca,diante daquela mocinha franzina que tocava violão como um homem.Muito antes de Rosinha impor o respeito dos circunstantes,eu já sabia que estava diante de uma instrumentista admirável.E mesmo que eu não tivesse percebido isso,Baden Powell me dera a pala.No segundo número de Rosinha ele já estava de boca aberta e sorriso encantado.Apertou o meu braço e disse com a maior sinceridade:
-         Mas essa aí sou eu!
Mas,naquela noite,a mocinha que tinha vindo de Valença,ainda não era importante.Dera apenas o primeiro passo.
No momento em que seu disco se esgota nas lojas com impressionante rapidez,eu me recordo da hora em que lhe perguntei como aprendera a tocar tão bem.Ela respondeu que aprendera ouvindo vilonistas famosos,pelo rádio,lá em Valença.
Depois,minutos depois,ela era contratada por Flávio Ramos para se apresentar profissionalmente no “Au Bon Gourmet” e então me perguntou qual o nome artístico que devia adotar:
-         Rosinha de Valença – respondi.E antes que ela perguntasse por que,fui logo explicando que era porque ela tocava por uma cidade inteira.   

SHOW NO TEATRO SCALA - 1967

O FRUTO NÃO CAI LONGE DO PÉ

Meu sobrinho Maestro Antonio Rocha e meu irmão Bebeto do Cavaco no nosso Conjunto de Samba de Raiz "PELO TELEPHONE"

Eu

GRUPO DE SAMBA DE RAIZ " PELO TELEPHONE "

Maestro Antonio Rocha,Bebeto,Raul Brinquinho,Paulinho Lima, Jô e Maguila - formam o Grupo de Samba de Raiz Valenciano: "GRUPO PELO TELEPHONE".
FOTO:CARNAVAL 2011- JARDIM DE CIMA
"PELO TELEPHONE" foi o primeiro samba gravado no Brasil no ano de 1916,de autoria de Donga e Mauro de Almeida.


 

SHOW NO RESTAURANTE ARARA - JULHO DE 2011

BEBETO,MAESTRO ANTONIO ROCHA E JÔ

BEBETO,MAESTRO ANTONIO ROCHA E PAULINHO LIMA

domingo, 17 de abril de 2011

POESIA DE ELISA MARINA/PINTURA DE PAULO GOMES


RESSACAS E REFLEXÕES


Quando eu escrevo não escolho as palavras.Cada palavra me escolhe e me diz:escreve-me,ajude-me a me expressar,a dizer alguma coisa com o meu sentido,ajude-me a ser poética,mordaz,fel e mel...ajude-me a me dizer e a me desdizer...
Assim,torno-me apenas um receptáculo de ditos,não ditos e desditos...Permito-me inteira o subjugo das palavras que fazem comigo o que querem e o que não querem...
Um jogo de interessantes interesses este que faz a palavra.E eu escrevo torto com a minha mão direita,escrevo o que está me sendo imposto pela,muitas vezes, interesseira palavra...
Adeus palavra...
Adeus impostora...
Quero-me de volta nesse jogo da livre expressão.

PROFESSORA MARIA GOMES - UMA AMIGA

TEXTO ESCRITO POR OCASIÃO DE SEU FALECIMENTO: 16/10/2006


                       Neste momento em que nós,valencianos,comemoramos os 150 anos de nossa cidade e,às vésperas da comemoração do dia dedicado aos mestres,volto meu olhar ao passado e às pessoas que,hoje,idosas ou já ausentes,participaram efetivamente do crescimento deste município.Entre elas está a professora MARIA GOMES RIBEIRO – mestra de tantos nós.E é à ela que faço,nesta edição,minha justa homenagem, reeditando um texto repleto de amor que escrevi há exatamente dez anos,no Rio de Janeiro,em 16 de outubro de 2006,dias após o seu prematuro falecimento.
                      À  bênção MARIA GOMES,guerreira armada com as armas da fé na educação de nossa juventude,inclusive aquela da qual fiz parte um dia.

                                      “ `A  MESTRA  COM CARINHO “

                             Nós costumávamos nos sentar nos bares,onde mal cabiam os desejos ocultos de cada um de nós.
                             Nós costumávamos nos entregar à noite,e à ela entregávamos os desejos escondidos de cada um de nós,amantes da madrugada...
                             Nos costumávamos ganhar as ruas,as praças,o céu e o “ilimite” de sermos jovens,quando,debaixo dos caracóis de nossos cabelos,já existiam cabeças pensantes e ávidas por novas mensagens.
                             Nós costumávamos estar abertos,receptivos,alegres,etílicos,mas envoltos numa seriedade difícil de entender pelos “ditos sóbrios”.
                             Debaixo de todas essas pseudo-irresponsabilidades da juventude,cada um de nós sempre carregou,dentro e fora de si,,um “velho” e responsável espírito pensante.
                             Era bom ser assim porque,na aparente alienação,éramos mais sérios do que sérios seriam os homens do poder se pudessem usufruir,como nós,dos bares,onde mal cabiam os desejos ocultos de todos nós –pretensos do amanhã, nascidos “há dez mil anos atrás”...
                             Era bom ser assim,porque,nas aparentes negativas,o espírito formado em criticidade,nos exigia,além do violão,além das noitadas e de todos os ares etílicos.
                             Dessa forma,o ensinado e o assimilado nos ajudava,no doloroso mistério de crescer.
                             Hoje,fico a me perguntar: quantas pessoas foram responsáveis por esse  “ espírito de ser” ?!!Fico pensando,ainda,quantas pessoas ausentes, eram levadas,por nós,às mesas daqueles bares!!!Quantos pedaços questionadores de nós,se faziam presentes?!!Porque,além de nossa sede,existiram,antes,as fontes que nos deram de beber...
                             Hoje,lembro,especificamente,de MARIA.Quem bebeu em suas fontes,vai entender porque escolho MARIA.A querida “DONA MARIA GOMES” que nos deixou,tão recentemente,nessa desagradável armadilha que me parou a respiração e me fez,em segundos,repassar a vida e compreender que,mais uma parte de minha estória,está indo embora.E,tudo isso,é de uma solidão tão grande,que,talvez,só os iniciados ou aqueles que se sentaram àquela época nos bares comigo,possam dimensionar.
                               Preciso,hoje,falar dessa MARIA,antes que o tempo passe e esconda o melhor dela: aquilo que ela foi em postura que ensinou.
                               MARIA não me disse o que era certo ou errado – MARIA me ajudou a aprender a discernir... E não é esse o papel do educador?!!!
                               A penúltima vez que estive com ela,lá,em Valença,cantamos,juntas,uma de suas composições.Vocês sabiam que ela também fazia música? - ...” Quando você vem que alegria,
                                                      A véspera já é felicidade.               
                                                      Quando você chega,meio à alegria,
                                                       Já começa a saudade.... “
                               A última vez,três dias antes dela nos deixar,apenas nos demos “adeus” – mãos abanadas e sorrisos cúmplices,tudo no ar...
                                Para quem não sabe,MARIA foi minha amiga e isso basta!!Foi,também,minha professora,orientadora,minha educadora!!Atravessou gerações (anos depois de mim,cuidou de meus sobrinhos), porque não se perdeu no tempo.Ao contrário,ganhou-se!MARIA ganhou-se!!Brigou,bravamente,frente a quatro pontes de safena.Não recuou.Atravessou as quatro,corajosamente...Mas,a morte a espreitava,à beira do riacho,sutil.Não houve jeito,ela se foi.Como diria o “Titi” (poeta, também de Valença), “morte é o limite do tempo do homem durar;tempo é o caminho da morte chegar.”
                                 MARIA,que os bons ventos a conduzam e que estes mesmos ventos,bons,alísios,com certeza,sempre a soprem nos quintais de nossos corações!!!
                                 Bom dia MARIA!!!!!

                                                   Jocely Aparecida Macedo da Rocha – Jô-

GUILHERME ANÍBAL MEU SOBRINHO FOTÓGRAFO

CAMPO DOS AFONSOS
palavra Fotografia vem dogrego φως [fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo", "pincel") ou γραφη grafê, e significa "desenhar com luz econtraste"..
GUI
VISTA PANORÂMICA DO MORRO DOS MASCATES
CAMPO DOS AFONSOS

MADRINHA LUA

 FOTO DE RICARDO REIS-FOTÓGRAFO VALENCIANO DO JORNAL LOCAL
                                                           MADRINHA LUA
                                                                              (Letra e Música Rosinha de Valença)

Minha madrinha lua
Traz um amor pra mim
Bem depressinha agora ó madrinha
Traz um amor pra mim

Minha madrinha lua
Você também não namora
Anda assim como eu,ó madrinha
Ando sozinha agora...

Eu não mereço castigo,
Seja boazinha comigo
Traz depressinha agora,ó madrinha
Um amorzimmm pra mim.....

GRUPO DE SAMBA DE RAIZ "PELO TELEFONE" CARNAVAL DE 2011 - JARDIM DE CIMA -

APRESENTAÇÃO NO JARDIM DE CIMA
RAUL,MAGUILA,BEBETO,ANTONIO ROCHA,PAULINHO LIMA E JÔ
"SAMBA,AGONIZA MAS NÃO MORRE" Nélson Sargento

TAMBORES DE GUERRA II

“ TAMBORES DE GUERRA “
                                                                (Jocely A. Macedo da Rocha - Jô-)

Pega-nos, neste colo,cidade que ganhamos,
antes do parto de nossas mães.
Faz carinho em nossos olhos
e nos deixa deitar, primeiro, nas palhas dos berços dos índios Coroados,
onde tudo começou.

Teremos sonhos, mas precisamos não dormir,
para reencontrarmos, sempre, as entradas dessas saídas.
Precisamos dessa lucidez e desse orgulho,terra que nos viu nascer,
terra que nos viu crescer,
terra que nos vê envelhecer.

É para isso que te queremos,Valença,berço da cultura nossa, de flechas,
tambores,
tribos,
cocares e coroas.

Deixa ferver nosso sangue de antepassados
que, pegos a laço,um dia, habitaram esse chão, que hoje pisamos.
A hora é grande,é zero e os ponteiros, juntos,
anunciam,feito lanças,
que é chegado o momento de batermos os tambores e chamarmos, de volta, todas as nações primitivas, para a dança raivosa, ao redor da fogueira.

Deixa-nos delirar,fazer fumaça,pintar o corpo para a guerra e
e atacar,
de surpresa,
os podres poderes, que ainda teimam
em colonizar,
catequisar
e dizimar a nossa tribo.


OBS: ESTA POESIA  NÃO FOI CLASSIFICADA NO CONCURSO DE POESIAS DA CIA DO LIVRO 2010 CUJO TEMA FOI: "VALENÇA BERÇO DA CULTURA"

PROJETO VALE DOS TAMBORES

> Projeto Vale dos Tambores - Arte, Cultura e História de Valença entram na escola e promovem revolução no ensino Fundamental
> A obra de Rosinha de Valença, Clementina de Jesus, Dulcina de Moraes, Agnello França, entre outros expoentes valencianos é resgatada e inserida como importante instrumento de ensino.  A Prefeitura Municipal de Valença, através da Secretaria de Educação e o Colégio João Batista Gomes do distrito de Santa Isabel, convida para a apresentação do “Projeto Vale dos Tambores Na Região do Ciclo do Café”, no próximo dia 28 (quinta), no Salão Paroquial daquele distrito, a partir das 17 horas.
> O objetivo do Projeto é alcançar uma educação de qualidade focando no fortalecimento da autoestima das crianças, a partir do conhecimento de espaço onde vivem. Como resultado, a formação de cidadãos mais conscientes e estruturados, para que passem a atuar como agentes modificadores da realidade de seu bairro, de sua comunidade, de seu Município.
> O Projeto promove uma revolução no Ensino Fundamental inserindo no contexto da escola o resgate das raízes da cultura e das artes do Município, bem como de sua rica história, que envolve a civilização indígena, o ciclo do café e a industrialização. Além de trazer para dentro dos muros escolares a vida e a obra de Rosinha de Valença, Clementina de Jesus, Dulcina de Moraes, maestro Agnello França, entre outros gênios que levaram o nome de Valença além de suas fronteiras territoriais.
> Segundo a Secretária de Educação e autora do Projeto, Dilma Dantas, a base do projeto é a educação integral, no sentido de potencializar competências através de um viver comunitário. - Existe um provérbio africano que diz ser preciso toda uma aldeia para se educar uma criança. Mude-se a “aldeia” por “comunidade” e começaremos a perceber o quanto é importante contar com ela na educação de nossas crianças Aprende-se na comunidade e só na comunidade se pode educar. Explica a Secretária.
> Ela acrescenta ainda que, na sociedade do conhecimento é preciso que esse conhecimento tenha significado para a criança. Para tanto, entram em cena novos profissionais, como agente cultural, agente ambiental, instrutor de turismo e patrimônio, instrutor de informática, professor para reforço escolar, entre outros, que utilizarão a escola como cenário para uma educação integral e mais antenada com a comunidade.  Explica a Secretária.
> Além da equipe pedagógica da Secretaria, o Projeto conta também com a coordenação da professora, pedagoga e arte educadora Sônia Maria Reis, do Rio de Janeiro, que estará semanalmente em Valença para promover a qualificação desses profissionais. Esse projetotambém integra o programa de formação continuada dos  professores da Rede, , uma das prioridades da atual administração.
> Para professora Sônia Reis, educar é conseguir que a criança ultrapasse as fronteiras, que tantas vezes lhe foram traçadas como destino pelo nascimento, pela família ou pela sociedade. E, nesse sentido, é na sala de aula que o mundo deve se expandir.
> - A educação só acontece no coletivo social. As crianças precisam conhecer o espaço onde vivem. A cultura local, modo de vida, arquitetura e etc. Hoje a realidade da escola nos obriga a ir além da escola. Comunicar-se com o público tornou-se uma necessidade.
>  > Assessoria de Comunicacação > (24) 24525075

HOMENAGEM A ROSINHA DE VALENÇA

DIA 13 RELEMBRAMOS O DIA EM QUE ADOECEU,EM 1992,A NOSSA ROSINHA DE VALENÇA.
ANTONIO ROCHA E EU TOCAMOS "USINA DE PRATA" NA CÂMARA DOS VEREADORES, EM COMPLEMENTAÇÃO AO LOUVÁVEL PROJETO DO VEREADOR DE SANTA ISABEL, BEBETO, QUE PROPÔE A CONSTRUÇÃO DE UM TÚMULO PARA NOSSA CONTERRÂNEA, NO CEMITÉRIO DO RIACHUELO.
O LANÇAMENTO DO PROJETO NO DI
A 13 DE ABRIL,NÃO FOI PROPOSITAL MAS PURAMENTE COMPIRAÇÃO DO UNIVERSO,COINCIDÊNCIAS QUE NÃO EXISTEM.
E, AGORA, "NOSSOS MENINOS" MÚSICOS PENSAM EM UM GRANDE SHOW PARA HOMENAGEAR ROSINHA.
ESTAMOS TAMBÉM APLAUDINDO E JUNTOS NESSA,COM CERTEZA!!!!! 

"E VIVA A ROSA"!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
!!!!!!!!!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

AO MEU PÚBLICO OUVINTE DO "BATE PAPO NA CULTURA"

                       
                              Durante exatos quatro anos, estive,como convidada pela Direção, voluntariamente,sem nenhum tipo de ônus financeiro para a Emissora, à frente (escrevendo,dirigindo e apresentando) do Programa "BATE PAPO NA CULTURA", na chamada Rádio Cultura AM, de Valença.Este programa, antes de mim, foi,durante muitos anos, realizado pelo saudoso radialista valenciano, NEWTON RODGUERI, falecido em agosto de 2006.
                            Como cidadã e artista valenciana,professora de música e socióloga, durante o período em que levei aos ouvintes o "bate papo cultural",procurei atuar, com responsabilidade e respeito,antes de mais nada, à nossa cultura, com sua história passada e presente e,ainda, ao que a referida emissora,como o próprio nome indica,deveria ter como prioridade em sua comunicação.
                             Assim,trilhando o caminho do trinômio alegria,respeito e responsabilidade e, atuando,como ex aluna da "Faculdade de Comunicação Hélio Alonso" - FACHA/RJ,onde cursei, também, Jornalismo,consegui aprender e realizar, na prática,com muita humildade,  os meandros técnicos que permeiam o trabalho de uma Rádio e,apesar do pouco ou nenhum apoio logístico,da empresa, nada me demoveu do objetivo que quis alcançar: ser veículo e levar  cultura aos ouvintes.
                             Com relação à programação,procurei buscar, sempre,através de muita pesquisa,o melhor possível em termos qualitativos, objetivando um conteúdo que,realmente, fizesse jus e coerência ao nome do Programa.Estou certa,portanto,que nossos ouvintes,através do incentivador retorno que nos deram,jamais fizeram nenhum tipo de reclamação.Ao contrário,palavras de agradecimento,sugestões e elogios chegaram, desde o início, como “feedback” positivo ao nosso trabalho.
                             Registre-se que,nesses quatro anos,priorizei a arte valenciana,sobretudo a dos jovens,em diferentes segmentos.Trouxe de volta à memória dos conterrâneos a arte de nossa Rosinha de Valença,de nossa Clementina de Jesus e de tantos outros profissionais ou cidadãos comuns, que levaram e levam o nome de nossa cidade para além dos nossos cerros e montes e, na tentativa de imprimir em  Valença respeito pela nossa arte e cultura,"briguei" por isso,no melhor sentido da palavra.É preciso que se diga, ainda,que nunca, de nenhuma forma, utilizei o Programa como trampolim para benesses pessoais e/ou políticas partidárias.Ao contrário,imprimi um caráter político reinvindicatório na área das artes e da cultura ao Programa mas, independente e totalmente desvinculado de qualquer tipo de poder governamental.
                             Pois bem,vamos ao que realmente interessa agora: o último Programa do ano de 2010, realizado no dia 30 de dezembro,transformou-se,também,para mim,no último  realizado na Cultura AM de Valença.Por questões éticas, prefiro não abordar os motivos que me fizeram desistir, literalmente falando,de dar continuidade ao "Bate Papo Na Cultura".Na verdade, eu não desisti da “briga boa” pela nossa cultura,eu desisti de continuar “dando murro em ponta de faca”,em um espaço onde a forma impositiva se sobrepôs ao diálogo.Registre-se, também, que, em momento algum,,recebi,por parte da Direção,alguma sinalização que me levasse a rever essa decisão.
                        A satisfação primeira é para os ouvintes que sempre prestigiaram esse trabalho.É também para todos os nossos convidados que abrilhantaram nosso espaço semanal e deram sentido e enriquecimento ao nosso objetivo primeiro em relação à cultura.Peço desculpas pelo tempo que demorei em levar a vocês essa satisfação.Acreditem,foi um tempo necessário e prudente.
                         Deixo meu agradecimento aos locutores (auxílios luxuosos) que, em seus “aquários”, contribuíram de forma decisiva para a concretização de todos os programas semanais,em especial, o locutor/programador Jairo Silva, que nunca mediu esforços nesse sentido.
                         Agradeço aos ouvintes e aos convidados que, nesses quatro anos, prestigiaram nosso trabalho:quase um apostolado em nome da cultura.
                          Agradeço a Deus e aos Santos Reis que me mostram sempre os melhores caminhos.
                          Atenciosamente,
                                                  __________________________________
                                                  Jocely Aparecida Macedo da Rocha – Jô -